Reabilitação de edifícios antigos: O essencial para restaurar
- Ana Carolina Santos

- 30 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de mai.
A reabilitação de edifícios antigos em Portugal tem vindo a ganhar destaque, sendo cada vez mais uma alternativa à construção de raiz ou à compra de imóveis novos. Restaurar um edifício é, acima de tudo, uma oportunidade de valorizar património, melhorar o conforto e contribuir para a revitalização urbana. No entanto, exige planeamento rigoroso, conhecimento técnico e acompanhamento especializado.
Antes de comprar para Reabilitar: O que deve avaliar
A aquisição de um edifício antigo para reabilitar implica atenção redobrada a vários aspetos, pois o estado de conservação influencia diretamente o orçamento e o sucesso do projeto.
Pontos-chave a considerar:
Orçamento disponível para obras
Estado de degradação do imóvel
Tempo estimado para todo o processo (compra, projeto, obra e licenciamento)

Avaliação inicial: O papel fundamental do Arquiteto
A presença de um arquiteto desde o início é determinante. Este profissional irá:
Realizar o levantamento do estado atual do imóvel
Identificar patologias e elementos a conservar
Propor soluções ajustadas às necessidades atuais de conforto, funcionalidade e segurança
Garantir que o investimento é feito de forma inteligente, maximizando a valorização do imóvel
Inspeção ao edifício: Aspetos técnicos a verificar
Durante a visita ao imóvel, com o apoio de um arquiteto, deve analisar:
Paredes resistentes (fissuras, humidades)
Pavimentos (degradação, inclinações)
Coberturas (infiltrações, isolamento)
Escadas (segurança, estabilidade)
Paredes de compartimentação (integridade)
Caixilharias (estado, eficiência térmica e acústica)
Instalações de água, eletricidade e gás (obsolescência, conformidade)
Elementos metálicos (ferrugem, corrosão)
“A avaliação rigorosa do edifício antigo é o primeiro passo para uma reabilitação bem-sucedida e sem surpresas.”
Se forem detetadas anomalias graves, prepare-se para negociar o valor de compra, tendo em conta o investimento adicional necessário para a sua resolução.

Obrigações legais na Reabilitação
Ao intervir num edifício antigo, existem obrigações legais a cumprir:
Relatório de avaliação de vulnerabilidade sísmica: Obrigatório para edifícios com sinais evidentes de degradação, conforme Portaria n.º 302/2019.
Projeto de reforço sísmico: Exigido se a avaliação concluir que o edifício não cumpre 90% das exigências de segurança.
Relatórios detalhados: Necessários sempre que a intervenção altere a estrutura ou envolva mais de 25% da área bruta de construção.
Apoios e Benefícios fiscais
A Reabilitação Urbana é incentivada por diversos programas e benefícios, nomeadamente:
IFRRU 2020 – Financiamento para reabilitação de edifícios.
Isenção de IMT – Na aquisição para reabilitação ou na primeira venda após as obras.
Outros incentivos municipais – Consulte a sua autarquia para conhecer apoios locais.
Dicas para quem vai reabilitar
Planeie com rigor: Antecipe custos, prazos e licenças necessárias.
Conte com profissionais experientes: Arquiteto, engenheiro e empreiteiro qualificados são essenciais.
Valorize a autenticidade: Sempre que possível, preserve elementos originais do edifício.
Adapte às necessidades atuais: Conforto térmico, acessibilidade e eficiência energética devem ser prioridades.
Acompanhe a obra: Visite regularmente o local para garantir a qualidade dos trabalhos.
Exemplo prático
Imagine adquirir um prédio antigo no centro histórico. O arquiteto identifica infiltrações na cobertura, caixilharias degradadas e instalações elétricas obsoletas. Com um projeto de reabilitação bem estruturado, consegue-se recuperar o edifício, adaptá-lo às normas atuais e beneficiar de incentivos fiscais, valorizando substancialmente o ativo.
Para refletir
A reabilitação de edifícios antigos é uma excelente forma de investir, preservar património e contribuir para cidades mais sustentáveis. No entanto, exige conhecimento, planeamento e acompanhamento especializado para evitar imprevistos e garantir o sucesso do projeto.



