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Reabilitação e Regeneração Urbana em Portugal: Estratégias e Incentivos atuais

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

A reabilitação urbana visa intervencionar áreas com degradação de edifícios, infraestruturas ou espaços públicos, promovendo a regeneração sustentável das cidades. Distingue-se da regeneração por focar ações integradas em Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), delimitadas pelos municípios conforme o Decreto-Lei n.º 307/2009, alterado pela Lei n.º 32/2012.​


Principais diferenças entre reabilitação e regeneração:

  • Reabilitação: Melhoria de edifícios existentes, com ênfase em conservação e eficiência energética.

  • Regeneração: Transformação mais ampla, incluindo espaços públicos e equipamentos coletivos.

A delimitação de uma ARU é o primeiro passo para aceder a incentivos fiscais e financeiros, obrigando o município a aprovar uma Operação de Reabilitação Urbana (ORU) em três anos.

Vista aérea de "Área de Reabilitação Urbana" em Sintra
Vista aérea de "Área de Reabilitação Urbana" em Sintra

Tipos de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU)


As ARU classificam-se em simples ou sistemáticas, cada uma com conteúdos e procedimentos específicos. A ARU simples foca a reabilitação do edificado privado; a sistemática inclui investimentos municipais em infraestruturas e espaços verdes.​

Tipo de ARU

Foco principal

Instrumento associado

Exemplos de intervenções

Simples

Edificado privado

Estratégia de Reabilitação Urbana

Reabilitação de frações habitacionais degradadas.

Sistemática

Edificado + espaços públicos

Programa Estratégico de Reabilitação Urbana

Qualificação de praças, parques e acessos viários.​


Conselhos práticos para proprietários:



Procedimentos de elaboração e aprovação


A criação de uma ARU inicia-se com o Projeto de Delimitação, aprovado pela Assembleia Municipal e publicado no Diário da República (2.ª série). Segue-se remessa ao IHRU e elaboração da ORU, com discussão pública.​

Fases chave:

  • Fase 1: Delimitação da ARU e definição de incentivos fiscais (IMI, IMT).

  • Fase 2: Aprovação da Estratégia ou Programa de Reabilitação Urbana pela Câmara e Assembleia Municipal.



Incentivos Fiscais e Financiamentos


Os benefícios fiscais são cruciais para viabilizar projetos. Aplicam-se a edifícios em ARU com obras que melhorem dois níveis de conservação.​


Instrumentos fiscais principais:

  • Isenção de IMI (3-5 anos) e IMT em aquisições para reabilitação.

  • IVA reduzido a 6% em empreitadas.

  • Reduções municipais: 50% em alvarás, 30% em ocupação de via pública e vistorias.

Financiamentos como IFRRU 2020 e Portugal 2030 apoiam candidaturas. Em 2025, avisos abertos incluem mobilidade sustentável (ex.: 5 milhões na RAM) e adaptação climática.​


Tabela de incentivos municipais (exemplo Vila Flor):

Taxa

Redução

Alvarás

50%

Ocupação via pública

30%

Publicidade comercial

30%

Vistorias

50%

Taxa de urbanização

20%

Nota importante: Consulte sempre um arquiteto ou engenheiro qualificado para avaliar elegibilidade e preparar candidaturas, evitando erros em processos camarários.​



Alterações Climáticas e Mobilidade na Reabilitação


A sessão de 2025 integra temas como alterações climáticas, infraestruturas verdes e mobilidade urbana. Planos Municipais de Ação Climática (PMAC) alinham-se ao PNEC 2030 e ENAAC, promovendo resiliência via soluções baseadas na natureza.​

Infraestruturas verdes (parques, telhados verdes) combatem inundações e calor, enquanto mobilidade sustentável prioriza transportes públicos e modos suaves. Projeto Green Gap (POCTEP 2021-2027) exemplifica redes multifuncionais na fronteira luso-espanhola.​



Para refletir


A reabilitação urbana não é apenas uma obrigação legal, mas uma oportunidade para valorizar património e melhorar qualidade de vida, alinhando-se a políticas nacionais de sustentabilidade. Em Portugal, ARU e ORU aceleram processos, mas o sucesso depende de articulação entre municípios, proprietários e profissionais.

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