Residências seniores: Novos desafios e soluções arquitetónicas para o futuro
- Ana Carolina Santos
- 6 de mai.
- 2 min de leitura
O envelhecimento da população e os desafios impostos pela pandemia de Covid-19 vieram acelerar a necessidade de repensar o modelo das residências seniores em Portugal. Mais do que nunca, é fundamental criar ambientes seguros, flexíveis e humanizados, que promovam a autonomia, a saúde e o bem-estar dos residentes.
Como a pandemia mudou a arquitetura das residências seniores
A experiência da Covid-19 revelou fragilidades nos modelos tradicionais de lares e residências seniores, destacando a importância de:
Prevenção do contágio: Espaços que permitam o isolamento de grupos sem comprometer o convívio social.
Flexibilidade dos ambientes: Estruturas adaptáveis a diferentes cenários epidemiológicos e necessidades dos utentes.
Conectividade: Integração de tecnologia para manter os residentes ligados a familiares e profissionais de saúde, reduzindo o isolamento social.

Tendências arquitetónicas para residências seniores
Modelos de pequenas unidades familiares: Bairros ou “villas” independentes, com grupos reduzidos de residentes, facilitando o controlo de infeções e promovendo a privacidade.
Espaços verdes e natureza: Integração do edifício em áreas ajardinadas, proporcionando ambientes relaxantes e promovendo o bem-estar físico e mental.
Quartos individuais e áreas comuns versáteis: Quartos mais espaçosos, com instalações sanitárias privativas, varandas e zonas de estar adaptáveis.
Zonas técnicas e de apoio: Ginásio, centro de reabilitação, refeitório e áreas de lazer, fundamentais para a qualidade de vida dos residentes.
Acessibilidade total: Circulações largas, ausência de barreiras arquitetónicas e equipamentos adaptados às necessidades da terceira idade.
A integração de espaços verdes e a flexibilidade dos ambientes são essenciais para o bem-estar dos residentes seniores.
Design Inclusivo e “Casa para a vida”
A arquitetura sénior deve responder a requisitos específicos:
Acessibilidade universal: Portas largas, corredores amplos, elevadores e rampas.
Segurança: Pisos antiderrapantes, sensores de fumo, iluminação adequada e sistemas de chamada de emergência.
Conforto térmico e acústico: Isolamento eficiente, ventilação natural e proteção solar.
Personalização dos espaços: Possibilidade de adaptar quartos e áreas comuns às necessidades individuais dos utentes.
Dicas práticas para projetar residências seniores
Privilegiar quartos individuais com casa de banho privativa
Garantir espaços exteriores acessíveis e agradáveis
Apostar na tecnologia para comunicação e monitorização
Criar zonas de convívio em pequenos grupos
Incluir áreas para atividades físicas e recreativas
Utilizar materiais de fácil manutenção e limpeza

Exigências legais e funcionais
Projetar residências seniores implica cumprir requisitos legais rigorosos, nomeadamente:
Dimensões mínimas para quartos, casas de banho e circulações
Espaços dedicados a cuidados médicos, lavandaria, cozinha e áreas de pessoal
Pareceres vinculativos da Segurança Social e da delegação de saúde local
Para considerar
O futuro das residências seniores passa por soluções arquitetónicas inovadoras, centradas na pessoa, que promovam a autonomia, a segurança e a qualidade de vida. A integração com a natureza, a flexibilidade dos espaços e a aposta na tecnologia são fundamentais para responder aos desafios atuais e futuros deste setor.