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Design Universal: Inclusão e usabilidade para todos

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 28 de mai.
  • 3 min de leitura

A acessibilidade é hoje um dos pilares do projeto arquitetónico contemporâneo. Considero fundamental abordar o Design Universal como uma estratégia para criar ambientes verdadeiramente inclusivos. Este conceito vai muito além da simples eliminação de barreiras físicas; trata-se de desenhar espaços, produtos e serviços que possam ser utilizados pelo maior número possível de pessoas, independentemente da idade, capacidade física ou condição temporária.



O que é o Design Universal?


O Design Universal pode ser definido como o design de produtos e ambientes utilizáveis, no maior grau possível, por pessoas de todas as idades e capacidades. Este conceito respeita a diversidade humana e promove a inclusão em todas as atividades da vida.


Interruptores e tomadas a alturas acessíveis
Interruptores e tomadas a alturas acessíveis

Design Universal é criar espaços e produtos acessíveis a todos, promovendo autonomia, inclusão e conforto.


Diferenças entre Acessibilidade e Design Universal


  • Acessibilidade: Surge da luta pelos direitos das pessoas com deficiência. Traduz-se em normas técnicas obrigatórias (exemplo: DL 163/2006).

  • Design Universal: Baseia-se em princípios orientadores, não em normas técnicas, e não tem força legal. É uma filosofia de projeto, aplicável a todos.



Porque é importante o Design Universal?


  • Responde à diversidade humana (crianças, adultos, idosos, pessoas com deficiência, doentes temporários, etc.)

  • Promove a inclusão social e o conforto para todos.

  • Reduz o estigma associado à deficiência.

  • Valoriza os imóveis e aumenta a sua funcionalidade.



Os 7 princípios do Design Universal


A equipa do Centro para o Design Universal da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA) definiu sete princípios fundamentais, aplicáveis em arquitetura, urbanismo e design:

Princípio

Objetivo

Uso equitativo

Utilização por pessoas com diferentes capacidades, sem estigmatizar

Flexibilidade no uso

Adaptação a preferências e capacidades individuais

Uso simples e intuitivo

Facilidade de compreensão, independentemente da experiência

Informação perceptível

Comunicação clara, para todos os sentidos e condições ambientais

Tolerância ao erro

Minimização de riscos e consequências de erros acidentais

Baixo esforço físico

Uso confortável, eficiente e com o mínimo de fadiga

Tamanho e espaço adequados

Aproximação e uso confortável, independentemente do corpo ou mobilidade


Exemplos práticos


  • Entradas sem degraus: Facilitam o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, carrinhos de bebé ou entregas volumosas.

  • Interruptores e tomadas a alturas acessíveis: Tornam o uso mais confortável para todos, incluindo crianças e pessoas em cadeira de rodas.

  • Sinalética clara e tátil: Ajuda pessoas com limitações visuais e melhora a orientação de todos os utilizadores.

  • Portas largas e corredores espaçosos: Permitem a passagem fácil de cadeiras de rodas, carrinhos ou pessoas com mobilidade reduzida.


Portas largas e corredores espaçosos para permitir a passagem de cadeiras de rodas, carrinhos ou pessoas com mobilidade reduzida
Portas largas e corredores espaçosos para permitir a passagem de cadeiras de rodas, carrinhos ou pessoas com mobilidade reduzida

Conselhos para aplicar o Design Universal


  • Inclua o Design Universal desde o início do projeto.

  • Consulte profissionais qualificados para garantir soluções adequadas e inovadoras.

  • Avalie as necessidades dos utilizadores – pense em todas as faixas etárias e condições físicas.

  • Prefira soluções adaptáveis e flexíveis, que possam evoluir com as necessidades dos ocupantes.

  • Verifique a legislação local, mesmo que o Design Universal não seja obrigatório, pode ser uma mais-valia para o seu projeto.



Para refletir


O Design Universal não é apenas uma tendência, mas uma necessidade crescente numa sociedade cada vez mais diversa e envelhecida. Projetar com base nestes princípios é investir em qualidade de vida, autonomia e inclusão para todos os utilizadores do espaço. A aplicação destes conceitos valoriza o imóvel e antecipa as necessidades futuras dos ocupantes.



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