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O Plano de Acessibilidades em projetos de Reabilitação Habitacional

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 11 de set.
  • 3 min de leitura

O plano de acessibilidades consiste num documento essencial para qualquer intervenção de reabilitação ou construção que envolve edifícios, espaços públicos e equipamentos coletivos. Este plano assegura que todos os utilizadores — incluindo pessoas com mobilidade condicionada, crianças, idosos, grávidas e pessoas com deficiência sensorial — podem utilizar os espaços em segurança, conforto e com autonomia.


Edifício de habitação em Alfama após obras de reabilitação e remodelação
Edifício de habitação em Alfama após obras de reabilitação e remodelação

Porquê incluir acessibilidades na reabilitação?


A inclusão de soluções de acessibilidade beneficia não só quem tem limitações físicas, mas toda a comunidade, ao facilitar circulação, prevenir acidentes e cumprir a legislação nacional (Decreto-Lei n.º 163/2006).

  • Reforça os direitos de cidadania e participação ativa

  • Valoriza o imóvel, tornando-o mais flexível e adaptado ao futuro

  • Previne sanções legais e responsabilidades civis para proprietários e promotores



O que deve conter um plano de acessibilidades?


O plano, obrigatório para licenciamento, deve apresentar os seguintes elementos essenciais:

  • Rede de espaços e equipamentos acessíveis, detalhando como cada área pode ser utilizada por todos

  • Soluções de detalhe métrico e construtivo das adaptações propostas

  • Esclarecimento das opções tomadas para pessoas com deficiência e mobilidade condicionada

  • Plantas, perfis, cortes e desenhos técnicos que comprovem as soluções de acessibilidade

  • Cumprimento das normas técnicas anexas ao Decreto-Lei n.º 163/2006 (larguras mínimas, inclinações, zonas de manobra, sinalização tátil, entre outros)



Exemplos práticos de adaptações acessíveis


A inclusão de acessibilidades passa por soluções claras, como:

  • Porta de entrada com largura livre mínima de 87 cm

  • Corredores e patamares com pelo menos 1,20 m de largura

  • Rampas com inclinação reduzida e corrimão duplo

  • Casas de banho adaptadas com zonas de manobra para rotação de cadeira de rodas

  • Instalação de elevadores ou plataformas elevatórias em edifícios com vários pisos

  • Sinalização visual e tátil que facilita orientação a todos os utilizadores

  • Pavimentos antiderrapantes e sem ressaltos


Vista interior do edifício de habitação em Alfama após obras de reabilitação e remodelação
Vista interior do edifício de habitação em Alfama após obras de reabilitação e remodelação

Como o plano de acessibilidades pode ser útil


Ao detalhar e implementar estas soluções, o projeto garante que:

  • Todos podem aceder, circular e usufruir dos espaços com dignidade

  • Reduz-se o risco de exclusão e isolamento social

  • Melhora-se a usabilidade diária para famílias, visitantes e prestadores de serviços

  • Facilita a futura adaptação do edifício a novas necessidades



Responsabilidades técnicas e legais


A elaboração e subscrição do plano cabe sempre a técnicos habilitados (arquiteto ou engenheiro civil inscrito em ordem profissional). O proprietário e o promotor são responsáveis pelo cumprimento das normas desde o projeto até à execução de obra.

  • O não cumprimento pode implicar embargo, multas e até demolições das obras realizadas

  • O acompanhamento técnico minimiza custos adicionais e erros



Conselhos práticos para quem pretende reabilitar


  • Consulte sempre um arquiteto para orientação técnica e legal

  • Reveja antecipadamente as normas urbanísticas e regulamentos municipais aplicáveis ao seu imóvel

  • Encaminhe o licenciamento apenas com toda a documentação completa

  • Priorize soluções universais que garantam flexibilidade e futuro valor patrimonial



Ter um plano de acessibilidades é prevenir problemas legais, melhorar o ambiente urbano e garantir uma casa para todas as fases da vida.


Para considerar


As exigências de acessibilidade vêm sendo alargadas e actualizadas, acompanhando uma sociedade mais inclusiva e consciente. A integração das regras no projeto de reabilitação é indispensável para uma habitação de qualidade, funcional e atemporal. Os proprietários que investem nesta vertente ganham em valor patrimonial, conforto e segurança — e evitam surpresas legais e embargos camarários. O trabalho conjunto com arquitetos qualificados é essencial para garantir soluções técnicas, conformidade legal e valor duradouro.

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