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Legislação Urbana recente: Catalisador de sustentabilidade nas cidades

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 2 de jul.
  • 2 min de leitura
A lei urbana passou a integrar metas ambientais – quem planear fora deste quadro perde tempo, recursos e valor.



A última revisão do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE) reforça a ligação entre licenciamento, eficiência energética e planeamento sustentável, acelerando processos e impondo boas práticas ambientais a todos os intervenientes.

  • Processos digitalizados (Plataforma Eletrónica) reduzem papel e deslocações.

  • Fiscalização centrada no desempenho energético do edificado.

  • Incentivos diretos à integração de energias renováveis e materiais de baixo impacto.


Projeto de Loteamento habitacional contemporâneo com jardim coletivo, em Faro
Projeto de Loteamento habitacional contemporâneo com jardim coletivo, em Faro

2. Medidas-chave que promovem a sustentabilidade

Tema da medida

Onde a lei mudou

Impacto direto no projeto

Construção modular

Menos resíduos, prazos de licença mais curtos

Instalação de renováveis

Painéis solares e micro-geração tratados como obra menor

Substituição de materiais

Troca de caixilharias ou coberturas passa a ser simplificada se melhorar eficiência

Gestão obrigatória de resíduos

Plano de RCD é condição de licença e reduz custo de aterro

Cedências verdes/habitação acessível

Maior área destinada a espaços verdes e habitação social

Fiscalização pós-obra

Vistorias focadas em energia e reciclagem, não apenas estética


3. Conselhos para tirar partido das novas regras


Planeamento inicial

  • Mapeie servidões ecológicas e zonas REN para evitar reprovações.

  • Opte por soluções modulares certificadas – ganham na fase de licenciamento.


Projeto e documentação

  • Submeta modelos BIM na Plataforma Eletrónica para agilizar pareceres.

  • Inclua Declarações de Responsabilidade que comprovem desempenho térmico.


Execução da obra

  • Implemente livro de obra digital com rastreabilidade de materiais reciclados.

  • Garanta separação de resíduos em obra para cumprir o plano de RCD.


Pós-obra

  • Peça logo a certificação energética: evita coimas e valoriza o imóvel.

  • Contrate manutenção preventiva focada em consumo hídrico e energético.


Projeto de edifício multifamiliar modular em Oeiras
Projeto de edifício multifamiliar modular em Oeiras

4. Exemplos práticos


  1. Edifício multifamiliar modular (Oeiras)

    • Licença emitida em 4 meses graças ao enquadramento do Art.º 1.º-A.

    • 28% de redução nos desperdícios — comprovada no plano de RCD.


  2. Retrofit de cobertura com painéis solares (Guarda)

    • Obra classificada como escassa relevância; sem licença adicional.

    • Payback estimado em 6 anos devido à isenção de taxas municipais.


  3. Loteamento urbano com parque de infiltração (Faro)

    • Cedência verde convertida em jardim de chuva que minimiza cheias locais.

    • Habitação acessível integrou 12% da área construída, facilitando aprovação.



Para refletir


As alterações ao RJUE alinham o urbanismo português com prioridades ambientais globais: quem integra renováveis, reduz resíduos e cria espaço verde beneficia de processos mais ágeis e imóveis com maior valorização futura. Adaptar-se a este paradigma não é opção — é a nova bitola de qualidade urbana.

Conselho final: envolva desde o primeiro dia equipas técnicas que dominem estes requisitos legais para garantir projetos sem sobressaltos e verdadeiramente sustentáveis.

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