top of page

Terrenos urbanos e a nova Lei dos Solos: Oportunidades e desafios para construir casa em Portugal

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 21 de mai.
  • 3 min de leitura

A procura por terrenos para construção de habitação continua a ser um dos grandes temas do mercado imobiliário em Portugal. Com as recentes alterações à chamada Lei dos Solos, surgem novas oportunidades, mas também desafios acrescidos para quem pretende investir ou construir casa própria.



O que mudou com a Lei dos Solos?


A entrada em vigor das alterações ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), a 29 de janeiro de 2025, veio permitir a construção de casas acessíveis em terrenos rústicos reclassificados como urbanos pelas autarquias. No entanto, o processo tornou-se mais restritivo após as alterações promovidas em sede parlamentar, que ainda aguardam promulgação final.


Exemplo de terreno rústico convertido em terreno urbano no Alentejo
Exemplo de terreno rústico convertido em terreno urbano no Alentejo

A nova Lei dos Solos facilita a construção em terrenos rústicos reclassificados, mas impõe critérios rigorosos e maior controlo autárquico.


Principais restrições e critérios


  • Autorização autárquica obrigatória: Apenas as autarquias podem aprovar a reconversão de solos rústicos, que devem estar em contiguidade com o solo urbano.

  • Parecer das CCDR’s: Exige-se um parecer não vinculativo das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, o que pode atrasar ou dificultar o processo.

  • Habitação a custos controlados: Os projetos têm de contemplar 70% de habitação a custos controlados ou de arrendamento acessível.

  • Obras de urbanização: O promotor é responsável por garantir acessos a luz, água, gás, telecomunicações e demais infraestruturas.

  • Custos adicionais: Ao preço do terreno rústico reclassificado somam-se as despesas com as obras de urbanização e licenciamento.



Terrenos urbanos: Oferta e distribuição em Portugal


Para quem procura evitar burocracias e restrições, os terrenos urbanos continuam a ser a solução mais direta para construir casa. Atualmente, existem mais de 27 mil terrenos urbanos à venda em todo o país, com maior concentração no litoral e nas principais cidades.



Oferta por distrito


  • Mais oferta:

    • Porto: 4.403 terrenos urbanos

    • Lisboa: 4.137

    • Setúbal: 3.045

    • Faro: 2.437


  • Menos oferta:

    • Guarda, Bragança e Beja



Oferta por capitais de distrito

Capital de Distrito

Terrenos urbanos à venda

Leiria

327

Coimbra

304

Braga

294

Setúbal

283

Aveiro

234

Viana do Castelo

212

Santarém

206

Castelo Branco

192

Faro

175

Porto

164

Ponta Delgada

157

Funchal

148

Viseu

123

Bragança

84

Lisboa

78

Vila Real

74

Portalegre

46

Guarda

41

Évora

38

Beja

19


Vantagens de comprar terreno urbano


  • Menos burocracia: Não está sujeito às exigências da nova Lei dos Solos.

  • Pronto a construir: Infraestruturas básicas já disponíveis.

  • Maior previsibilidade: Processo de licenciamento mais direto e rápido.



Desafios e alternativas


Nas grandes cidades, como Porto e Lisboa, a oferta de terrenos urbanos é limitada e os preços são mais elevados. Nestes casos, a reabilitação de imóveis devolutos ou a aposta em zonas periféricas podem ser alternativas viáveis.


Exemplo de terreno rústico convertido em terreno urbano no Algarve (sul de Portugal)
Exemplo de terreno rústico convertido em terreno urbano no Algarve (sul de Portugal)

Conselhos práticos para quem pretende construir


  • Analise o tipo de terreno (urbano vs. rústico reclassificado) e os custos associados.

  • Consulte sempre a Câmara Municipal para confirmar viabilidade e enquadramento legal.

  • Esteja atento às exigências de habitação a custos controlados em terrenos rústicos reclassificados.

  • Considere a localização e a oferta de infraestruturas já existentes.

  • Avalie o potencial de valorização futura do terreno.



Para refletir


A nova Lei dos Solos abre portas à construção em terrenos rústicos, mas impõe critérios rigorosos e maior controlo autárquico, tornando o processo mais complexo. Os terrenos urbanos continuam a ser a opção mais simples para quem quer construir sem limitações, embora a oferta seja desigual pelo país. A decisão deve ser ponderada, considerando custos, localização e objetivos de investimento.


bottom of page