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Legalizar uma Casa Antiga: Passos fundamentais e documentação essencial

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 18 de jun.
  • 3 min de leitura

Legalizar uma casa antiga é garantir tranquilidade, valorização do imóvel e acesso pleno a direitos e serviços. Em Portugal, muitos edifícios foram construídos sem Licenciamento ou perderam documentação ao longo das décadas. A legalização é essencial para vender, reabilitar, obter crédito ou simplesmente assegurar que a habitação cumpre os requisitos mínimos de segurança e salubridade.



A legalização de casas antigas é um processo técnico e jurídico que protege o seu investimento e facilita o futuro do imóvel.

Legalização de obras de ampliação
Legalização de obras de ampliação

Quando deve legalizar?


  • Imóveis construídos sem licença municipal.

  • Casas com alterações não autorizadas (ampliações, anexos, mudanças de uso).

  • Edifícios antigos cuja origem documental não está clara.

  • Imóveis que não cumprem as condições mínimas de habitabilidade exigidas pela lei.



Principais etapas do Processo de Legalização


1. Verificação da situação atual

  • Levantamento da documentação existente: Certidão Predial, Caderneta Predial Urbana, plantas antigas, registos fotográficos.

  • Consulta do histórico municipal para identificar eventuais processos ou licenças anteriores.

  • Avaliação técnica do imóvel por arquiteto, para identificar não conformidades e potencial de legalização.


2. Vistoria Técnica obrigatória

  • Realização de vistoria técnica para analisar condições de segurança, habitabilidade e cumprimento das normas mínimas da Portaria n.º 243/84.

  • Avaliação de compartimentos, áreas, pé-direito, ventilação e acessos.

  • Identificação de eventuais paredes interiores a demolir para cumprir áreas mínimas ou melhorar a funcionalidade.


3. Elaboração do Projeto de Legalização

  • Projeto de Arquitetura detalhado, evidenciando o estado atual e as alterações necessárias.

  • Memória descritiva justificativa das intervenções propostas.

  • Plantas comparativas (antes e depois) e cortes cotados para demonstrar conformidade com as áreas mínimas e restantes parâmetros legais.


4. Recolha e organização da documentação

  • Certidão Predial atualizada.

  • Caderneta Predial Urbana.

  • Registo matricial do imóvel.

  • Fotografias do estado atual e, se possível, histórico do edifício.

  • Planta de localização à escala adequada.

  • Termo de responsabilidade do técnico autor do projeto.

  • Declaração de conformidade das infraestruturas (água, saneamento, eletricidade).


5. Submissão do pedido à Câmara Municipal

  • Entrega do projeto e restante documentação nos serviços municipais.

  • Pagamento das taxas administrativas.

  • Acompanhamento do processo até à emissão do alvará de legalização ou licença de utilização.



Documentação essencial

Documento

Finalidade

Certidão Predial

Prova da titularidade

Caderneta Predial Urbana

Identificação fiscal do imóvel

Registo matricial

Comprovação de características urbanas

Fotografias

Evidência do estado atual e histórico

Projeto de Arquitetura

Demonstração das alterações e conformidade

Memória descritiva

Justificação técnica das intervenções

Termo de responsabilidade

Garantia técnica do projeto

Declaração de infraestruturas

Confirmação de ligações essenciais


Tolerâncias legais para Casas Antigas


A Portaria n.º 243/84 permite flexibilizar algumas exigências do RGEU para viabilizar a legalização de edifícios antigos:

  • Áreas mínimas de compartimentos reduzidas (8 m² em vez de 9 ou 10 m²).

  • Pé-direito mínimo de 2,35 m.

  • Cozinhas com área mínima de 4 m² em habitações pequenas.

  • Possibilidade de manter uma única instalação sanitária completa.

  • Admissão de compartimentos com proporções não convencionais, desde que cumpram requisitos mínimos de funcionalidade e segurança.


Reabilitação e remodelação do interior de uma casa antiga, Alfândega da Fé
Reabilitação e remodelação do interior de uma casa antiga, Alfândega da Fé

Conselhos práticos para proprietários


  • Valide sempre a situação legal antes de comprar ou vender um imóvel antigo.

  • Consulte um arquiteto especializado em reabilitação e legalização para avaliar a viabilidade técnica e económica.

  • Prepare-se para eventuais obras de adaptação (demolição de paredes, reconfiguração de espaços) exigidas pela vistoria técnica.

  • Mantenha toda a documentação organizada e atualizada para facilitar o processo junto da Câmara Municipal.

  • Garanta a ligação do imóvel às infraestruturas públicas, condição obrigatória para a legalização.



Para refletir


Legalizar uma casa antiga é um investimento na segurança, valorização e tranquilidade do proprietário. O processo pode parecer complexo, mas é fundamental para garantir o pleno usufruto do imóvel e evitar problemas futuros com transações, heranças ou intervenções urbanísticas. A legislação portuguesa, especialmente a Portaria n.º 243/84, oferece mecanismos de flexibilização que tornam possível a recuperação e integração de grande parte do património edificado, desde que cumpridos os requisitos mínimos de habitabilidade e segurança.

Acompanhar o processo com o apoio de profissionais qualificados é a melhor forma de assegurar que cada etapa é cumprida com rigor técnico e legal, transformando desafios em oportunidades de valorização.


Precisa de apoio para legalizar a sua casa antiga?



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