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Certificação Energética em edifícios existentes: porquê, quando e como tratar

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 18 de jul.
  • 2 min de leitura

Renovar ou vender uma casa sem o Certificado Energético (CE) é hoje quase tão impensável como conduzir sem carta. Para o proprietário, este documento já não é um mero carimbo burocrático: traduz-se em poupança na fatura da luz, valorização imediata do imóvel e cumprimento de requisitos legais que evitam coimas indesejadas.


Moradia após obras de reabilitação e melhoria energética, em Sintra
Moradia após obras de reabilitação e melhoria energética, em Sintra

O que é o Certificado Energético?


É a “ficha técnica” que indica o desempenho energético do edifício numa escala de A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente). O certificado:

  • Atribui uma classe energética e recomenda melhorias.

  • É emitido por Perito Qualificado reconhecido pela ADENE (Agência para a Energia).

  • Tem validade de 10 anos (ou 6 anos para frações de comércio e serviços).



Quando é obrigatório?


  1. Venda, locação ou trespasse de qualquer prédio ou fração.

  2. Obras de reabilitação que alterem sistemas térmicos ou a envolvente exterior.

  3. Edifícios públicos com área útil ≥ 250 m² (ou ≥ 500 m² se privados, mas com atendimento ao público) devem afixar o CE em local visível.

  4. Condomínios que pretendam candidatar-se a incentivos fiscais ou apoios ao Fundo Ambiental.



Quem está dispensado?


  • Edifícios autónomos com área útil ≤ 50 m².

  • Construções provisórias usadas menos de dois anos.

  • Armazéns ou oficinas sem sistemas de climatização permanentes.

  • Imóveis classificados ou em vias de classificação (exceções avaliadas caso a caso).



Como obter o certificado passo a passo


  1. Reunir documentação

    • Caderneta Predial, planta e memória descritiva

    • Últimas faturas de energia (opcional, mas útil)

  2. Escolher Perito Qualificado Consulte a lista da ADENE, compare honorários e prazos.

  3. Visita e levantamento técnico Medição de áreas, espessuras de paredes, caixilharias, isolamento, sistemas de aquecimento/AC e AQS.

  4. Emissão do CE O perito submete dados na plataforma SCE. Após validação, recebe o certificado em PDF.

  5. Implementar melhorias (opcional, mas recomendado)Janelas eficientes, isolamento de paredes/coberturas, bomba de calor ou painéis solares podem elevar duas classes ou mais.



Custos de referência (habitação)

Tipologia

T0/T1

T2/T3

T4/T5

Moradia

Taxa ADENE

28 €

40 €

55 €

65 €

Honorários*

90-140 €

110-160 €

130-180 €

180-300 €

*Valores médios praticados em 2025, variam por localização e complexidade.



Benefícios imediatos


  • Venda mais rápida: imóveis classe A ou B transacionam até 6% acima da média do mercado local.

  • Acesso a incentivos: IVA reduzido (6%) em obras de melhoria energética e candidaturas ao Programa Vale Eficiência ou Fundo Ambiental.

  • Redução de faturas: uma subida de classe E para B pode cortar 30-40% no consumo anual de energia.



Conselhos práticos


  • Planeie o CE antes de colocar o anúncio de venda ou arrendamento; evitam-se multas de € 250 a € 3 740.

  • Se vai reabilitar, peça simulação de classe final para direcionar o investimento.

  • Em condomínios, articule inspeção conjunta – sai mais económico por fração.

  • Guarde o PDF original e o número SCE: serão exigidos pelo notário ou pela plataforma de arrendamento.



Para considerar


A certificação energética deixou de ser um mero papel: é ferramenta de poupança, sustentabilidade e valorização patrimonial. Tratar deste processo atempadamente garante legalidade, conforto térmico e vantagem competitiva no mercado imobiliário.

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