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Constituição da Propriedade Horizontal em Edifícios Antigos: Procedimento e vantagens

  • Foto do escritor: Ana Carolina Santos
    Ana Carolina Santos
  • 24 de set.
  • 3 min de leitura

A propriedade horizontal permite dividir um edifício em frações autónomas, criando unidades habitacionais independentes com partes comuns partilhadas. Em edifícios antigos, este regime pode representar uma oportunidade importante de valorização e rentabilização do património construído.


Passagem de Propriedade Plena para Propriedade Horizontal em edifício no Príncipe Real
Passagem de Propriedade Plena para Propriedade Horizontal em edifício no Príncipe Real

O que é a Propriedade Horizontal


A propriedade horizontal é um regime jurídico que permite a divisão de um edifício em frações autónomas (apartamentos individuais) e partes comuns (escadas, hall de entrada, estrutura do edifício, coberturas). Este sistema permite que diferentes proprietários possam ser donos das suas frações específicas, mantendo a propriedade conjunta das áreas comuns.


O artigo 66.º do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação estabelece regras específicas para edifícios em propriedade horizontal.


Comunicação à Câmara Municipal

A comunicação dos elementos pode incidir sobre:

  • O edifício na sua totalidade

  • Cada uma das suas frações autónomas

Este procedimento é essencial para regularizar a situação jurídica do imóvel perante a administração pública.


Requisitos para Certificação

Caso ainda não tenha sido solicitada, deve requerer-se junto da Câmara Municipal a certificação de que o edifício satisfaz os requisitos legais para a sua constituição em regime de propriedade horizontal. Este pedido pode acompanhar a comunicação de utilização.


Condições das Partes Comuns

Aspecto crucial: Pode existir oposição à utilização quando as partes comuns dos edifícios não estejam em condições de serem utilizadas adequadamente. Este ponto é particularmente relevante em edifícios antigos, onde podem existir deficiências nas áreas comuns.


A propriedade horizontal não é apenas uma questão técnica - é uma estratégia de valorização patrimonial que requer rigor no cumprimento dos requisitos legais.


Vantagens da Propriedade Horizontal em Edifícios Antigos


Valorização Patrimonial

A divisão em frações permite:

  • Maximização do valor do imóvel

  • Diversificação de receitas através da venda ou arrendamento de diferentes unidades

  • Aproveitamento otimizado do espaço disponível


Flexibilidade de Investimento

O regime oferece:

  • Vendas parciais - possibilidade de vender frações individualmente

  • Diferentes estratégias de rentabilização por fração

  • Gestão personalizada de cada unidade


Benefícios legais

A constituição regular proporciona:

  • Segurança jurídica nas transações

  • Clareza na definição de direitos e responsabilidades

  • Facilidade nos processos de financiamento bancário



Desafios em Edifícios Antigos


Questões Estruturais

Os edifícios antigos podem apresentar:

  • Deficiências nas partes comuns que necessitam de intervenção

  • Sistemas de infraestruturas desatualizados

  • Questões de acessibilidade a resolver


Aspetos Técnicos

É fundamental verificar:

  • Conformidade com normas atuais de segurança

  • Adequação das instalações elétricas e de água

  • Isolamento térmico e acústico


Procedimento Administrativo

O processo envolve:

  • Análise técnica das condições do edifício

  • Verificação da conformidade com regulamentos

  • Eventual necessidade de obras de beneficiação


Passagem de Propriedade Plena para Propriedade Horizontal em edifício no Cacém
Passagem de Propriedade Plena para Propriedade Horizontal em edifício no Cacém

Conselhos práticos


Antes de iniciar o Processo

  • Realizar vistoria técnica completa ao edifício

  • Verificar a situação legal do imóvel

  • Analisar as condições das partes comuns

  • Consultar o regulamento municipal aplicável


Durante o Procedimento

  • Manter documentação organizada

  • Acompanhar os prazos administrativos

  • Garantir comunicação eficaz com os serviços municipais

  • Preparar documentação técnica necessária


Após a Certificação

  • Registar a propriedade horizontal no registo predial

  • Estabelecer regulamento de propriedade horizontal

  • Organizar administração do condomínio

  • Planear manutenção das partes comuns


Documentação necessária

O processo típico requer:

  • Projeto de arquitetura aprovado

  • Plantas com identificação das frações

  • Certidão do registo predial

  • Termo de responsabilidade técnica

  • Documentação sobre as partes comuns



Aspetos a considerar


Viabilidade Económica

Avaliar:

  • Custos do procedimento administrativo

  • Investimento necessário em obras

  • Potencial de valorização do património

  • Retorno esperado do investimento


Implicações legais

Considerar:

  • Responsabilidades de cada proprietário

  • Gestão das partes comuns

  • Regulamentos internos a estabelecer

  • Questões de vizinhança



Alerta Importante: Em edifícios antigos é essencial verificar o estado das partes comuns antes de proceder à constituição da propriedade horizontal, uma vez que deficiências nestas áreas podem impedir a utilização adequada das frações.


Para refletir


A constituição da propriedade horizontal em edifícios antigos representa uma oportunidade significativa de valorização patrimonial, mas requer planeamento cuidadoso e acompanhamento técnico especializado. O cumprimento rigoroso dos requisitos legais e a atenção às especificidades dos imóveis antigos são fundamentais para o sucesso do processo.

A intervenção profissional qualificada não só assegura o cumprimento da legislação como otimiza o potencial de valorização do investimento, transformando património antigo em ativos modernos e funcionais.


Tem um edifício antigo e pretende explorar as potencialidades da propriedade horizontal?

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